Geralmente, os balões simbolizam alegria, contentamento, satisfação,
mas deixá-los ir não é fácil para quem os aprecia. As despedidas em qualquer
faixa etária nunca são justas mas necessárias.
As opiniões dividem-se. Talvez alguns achem que custa imenso e ponderam
sobre aquilo que devem fazer. E, outros acreditam que é tudo passageiro, que as
coisas são o que são e o melhor mesmo é não pensar pois “o mundo não se fez
para pensarmos nele, mas para olharmos para ele e estarmos de acordo”.
De facto, ver algo a dissipar-se da nossa vida aborrece-nos sempre de
uma maneira ou de outra. O desapego, intrinsecamente, traz consigo o seu ritmo
lento, que o caracteriza como uma perda angustiante e aflitiva.
Decides pegar num chocolate quente, encostas--te no teu sofá lentamente
como quem acompanha o ritmo das emoções. Porém, parece que tu ainda não estás
plenamente satisfeito. A tua mente está saturada de pensar e dar voltas e
voltas para que encontres respostas às intermináveis perguntas e perguntas para
as respostas que te deram e que tu, no entanto, não questionaste.
Sais à rua acompanhado pelo teu balão vermelho. Já não te faz qualquer
companhia. Está longínquo, ainda que tu estejas forçosamente a agarrar o seu
fio já enfraquecido de tanto uso.
Há muito tempo, que os teus pensamentos te deixavam atormentado com
esta ‘sentença’. Finalmente decidiste tomá-la. Deixaste-o ir. Olha, todos nós
precisamos da nossa liberdade para viajar para outros rumos, é indispensável a
qualquer um. Todos, sem exeção.
Sabes quando olhas para um lugar e te despedes com os olhos pois tens
a certeza que não vai haver oportunidade de voltares ou já não há essa
necessidade? Foi o que eu vi. Fitaste-o durante alguns segundos, mas o mais
sensato foi voltares a caminhar e dirigires-te para casa. Na realidade, o que
não quer ser esquecido, jamais se ausenta.
Adriana, 12º C
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